terça-feira, 12 de outubro de 2010

O velho amor à primeira vista.

Carnaval em Pernambuco, dois olhares se encontram. Aquela festa toda parecia parar diante dos olhos fixos, um no outro. Um soldado e uma bailarina.
Um rapaz forte e bonito interrompe a cena chamado a bailarina para dançar, os olhos se perdem no meio da multidão.
Um olhar assustado, como de um pai quando perde o filho, sai desesperadamente atrás dos olhos que lhe proporcionavam uma felicidade tão grande que nem ele mesmo podia explicar. Corre, empurrando a multidão, desamparado sem saber onde iria chegar.
Exausto, ajoelha-se no chão, ouvia apenas o Frevo se aproximando e vendo pelo reflexo de uma possa d’água o sol lentamente se escondendo atrás das nuvens.
Uma chuva fina repentina começa, fazendo aos poucos a rua lotada pela multidão, se esvaziar. O pobre soldado, já suado e quase todo desmanchado, deita-se no chão. O barulho do Frevo vai subindo a rua deixando-o em completa solidão.
Para de chover. O sol se abre junto com seus olhos, forma-se assim, com as vistas parcialmente embaçadas, o vulto que ele tanto queria ver. Vestido com a roupa de bailarina, com o olhar ainda, mas brilhante que a primeira vez.
Ele abriu um sorriso de orelha a orelha, levantou-se encontrando novamente os olhos, dessa vez, para nunca mais perde-los.

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